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Fernando Gasparian, meu amigo

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Fernando Gasparian foi-se em outubro de 2006, mas de repente ultrapassamos os limites do Universo onde agora estou a escrever, vencemos o Tempo e, amigos de verdade, lá em outro nos pomos a relembrar o passado!

Um almoço maravilhoso em seu apartamento da Rua Piauí, em frente à Praça Buenos Aires, em São Paulo. Um lugar encantado, perto de onde morei por muitos anos - o Edifício Louveira - esquina da Vilaboim. Almoço ao sair do qual Tania e eu levamos Eunice, a viúva de Rubens Paiva - imenso ser humano, vítima da ditadura - até sua casa. Ela se foi em dezembro de 2018 e há de estar lá no Céu, a nos sorrir.

Não tenho certeza, mas nesse almoço Helena, filha de Fernando, também estava. A vida permanece a nos propiciar belos encontros de amizade, alguns ao lado de Fernando Henrique Cardoso, meu bom amigo também. Ao lado também, para sempre, de sua esposa, Dalva Funaro, irmã de outro imenso amigo meu, Dilson Domingos Funaro! Peço ao meu leitor de agora que procure o que a respeito dele nas edições de 15/16 de dezembro de 2018 e de 10/11 de agosto de 2019 do nosso Diário de Santa Maria.

Começo a escrever estas linhas referindo um dos momentos marcantes da existência de Fernando Gasparian, do qual participei. A pedido dele escrevi um texto que foi publicado pela Graal, em 1990, em um livro que organizou, A luta Contra a Usura. Deputado federal, membro da Assembleia Constituinte de 1988, defendeu ardorosamente a restrição da cobrança de juros bancários a 12% ao ano, preceito contemplado no parágrafo 3º do artigo 192 da Constituição de 1988, no entanto revogado, em 2003, pela Emenda Constitucional 40.

Nossos encontros durante os trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte dos anos 1980 foram inesquecíveis. Rememorávamos lugares e acontecimentos formidáveis. O velho Mackenzie e a União Estadual dos Estudantes de São Paulo, da qual ele foi presidente em 1951. Lá e lá não fomos contemporâneos, mas amigos comuns nos reaproximam para sempre! Além dos que linhas acima referi, Almino Afonso, Francisco Weffort, Paul Singer, Paulo Francis, Mauricio Azedo e o Dirceu Brisola. 

Não há espaço nestas linhas para que eu tudo diga da amizade. Um dia voltarei para contar coisas e mais coisas do Fernando. A partida para Nova York após o AI-5, o retorno ao Brasil em 1972 e a fundação do semanário Opinião, paralelo, fraterno ao O Pasquim, a respeito do qual também aqui escrevi. Vejam o artigo que já linhas acima referi, publicado nos dias 10/11 de agosto do ano passado.

Eu não poderia, contudo, encerrar estas linhas sem ao menos relembrar a livraria do Fernando e da Dalva, na ponta da Praça Vilaboim, e - além da supimpa revista Argumento - alguns belos livros publicados pela sua editora Paz e Terra.

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